A deputada estadual Luciane Carminatti visitou nesta segunda-feira (19/4) o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest Chapecó) para conhecer a atuação da equipe na prevenção da saúde e também o acompanhamento da fiscalização e notificações de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. A parlamentar foi recebida pelo coordenador do Centro, o enfermeiro Rodrigo Momoli. A presidente do Conselho Municipal de Saúde e presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Chapecó (Siticom), Izelda Oro, também acompanhou a visita.
O Cerest Chapecó atende 76 municípios da macrorregião e, mesmo diante de dificuldades, vem realizando trabalho exemplar na promoção da saúde dos trabalhadores da cidade e do interior. “São poucos centros de referência em SC para atender a grande demanda; não há recursos do Estado, mas apenas do Governo Federal e do município para custeio; não há pactuação entre os municípios da macrorregião para fortalecer os Cerests e ampliar os registros de dados; e ainda falta melhorar a capacitação de profissionais da saúde e da segurança pública que fazem o atendimento direto aos trabalhadores”, explica Luciane.
Em 2015, Chapecó registrou 2.799 casos de acidentes e doenças ocupacionais, e os demais 75 municípios somaram 5.456 registros. Foram oito óbitos em Chapecó e 20 na região, além dos 12 óbitos oficiais de trabalhadores em trajeto em Chapecó, e mais sete nas cidades vizinhas. A construção civil é responsável pela maior soma de acidentes, seguida do setor metalmecânico e da agricultura: “O que nos chamou atenção foi o grande número de ocorrências nas propriedades rurais: 208 em Chapecó e mais 1.525 no grande oeste. São índices que nos preocupam, pois no interior fica ainda mais difícil fazer o acompanhamento e o trabalho de prevenção com os trabalhadores”, complementa Luciane.
No ano passado, o Cerest realizou 127 ações de vigilância com base nos dados de acidentabilidade, registrados nas redes de atenção básica e hospitalar. “Na avaliação dos dirigentes, o grande desafio é fazer com que as empresas entendam a importância da prevenção e adequação às normas de segurança. Hoje, como boa parte dos custos de afastamento fica a cargo do INSS, e os tratamentos são feitos na rede pública de saúde, a empresa não sente tanto, e por isso muitas vezes não assume junto a responsabilidade de cuidar melhor da saúde de seus trabalhadores”, avalia a parlamentar.
Diante do cenário, Luciane assumiu junto ao coordenador do Cerest e à presidente do Conselho de Saúde o compromisso de trabalhar pelo fortalecimento da entidade. “Acreditamos muito que a prevenção e a educação para a segurança são os melhores caminhos na redução dos acidentes de trabalho. É por isso que vamos buscar maneiras de fortalecer e ampliar essas ações: para que o trabalhador seja o maior beneficiado”.