A Comissão da Mulher Advogada da Subseção de Chapecó da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) realizou, nesta quarta-feira, 20 de julho, um encontro com entidades e lideranças para debater ações conjuntas de enfrentamento à cultura de violência contra a mulher, em Chapecó e na região.
A deputada estadual Luciane Carminatti esteve representando a Assembleia Legislativa de Santa Catarina e destacou os projetos em andamento no parlamento, que visam a redução dos altos índices de violência contra mulheres e também contra crianças e adolescentes – são cinco cidades catarinenses entre as mais violentas do País.
Uma das leis mais recentes, aprovadas pela Bancada Feminina na Alesc, é a que cria o Observatório da Violência contra a mulher, um sistema integrado de informações – serve como um banco de dados detalhado dos casos registrados em SC.
“Também aprovamos um projeto para construirmos um raio-x da violência, conhecer quem é a vítima e quem é o agressor, onde ele está e como o estado deve atuar na prevenção e proteção às mulheres. Infelizmente, o PL foi vetado pelo governador, evidenciando que SC ainda tem muito a avançar na implantação e efetivação de políticas públicas”, afirma Luciane, autora da proposta.
No Brasil, estima-se que os 50 mil casos de estupros registrados representam apenas 10% das ocorrências. A cada 11 minutos uma mulher é agredida e 86% das mulheres já foram assediadas em algum momento. “A maior parte das vítimas não denuncia por medo ou vergonha. Por outro lado, quem busca atendimento enfrenta, muitas vezes, o despreparo de profissionais ou então o descaso com o aparelhamento do estado, como é o caso de Chapecó, onde a delegacia da mulher funciona somente de segunda a sexta, das 13 às 19h”, enfatiza a parlamentar.
Outro dado relevador no oeste de SC é de que o número de meninas violentadas cresceu nos últimos anos. “O mais assustador é que, em muitos casos, o agressor é alguém da família – pai, tio, padrasto. Portanto, esse debate de conscientização e prevenção precisa fazer parte do cotidiano das famílias, seja nas escolas, nas igrejas, no local de trabalho. Para ter mais igualdade e respeito, precisamos mudar a cultura da violência – de que o homem tudo pode e a mulher deve aceitar, ou então que a mulher é a culpada. A culpa não é da vítima, é do agressor”, complementa Luciane.