O governo de Santa Catarina anunciou nesta semana a publicação de edital de contratação de 1000 profissionais para a rede pública estadual. Aguardado com muita expectativa por professores de todas as áreas, o concurso será aberto neste mês de agosto e até dezembro a seleção estará finalizada. No entanto, de acordo com a presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Assembleia Legislativa, deputada Luciane Carminatti, o número de vagas anunciadas está infinitamente abaixo da demanda das escolas, que recebem todos os anos mais de 20 mil professores temporários, os ACTs.
O edital prevê 600 vagas destinadas a professores do ensino regular fundamental e médio, educação indígena e aos Centros de Educação Profissional (Cedups), e outras 400 vagas para cargos administrativos, como assistentes educacionais, administradores, supervisores escolares e orientadores educacionais.
Conforme dados oficiais do Portal da Transparência do governo, em junho deste ano atuavam na rede estadual de ensino 19.361 profissionais efetivos e 22.584 ACTs. “Portanto, 600 novas contratações representam somente 2,65% das vagas hoje ocupadas por professores temporários”, lamenta Luciane.
O último concurso para o ensino regular foi realizado em 2012, com cerca de 5 mil vagas para professores, e a Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) contratou novos profissionais em 2014. A seleção para professores indígenas foi realizada em 2003 e para assistentes educacionais em 2005.
ABAIXO-ASSINADO
Neste primeiro semestre do ano, a deputada tem articulado em todas as regiões do estado assinaturas em um abaixo-assinado, solicitando concurso público para todas as áreas, incluindo educação do campo e educação indígena.
No documento, a parlamentar também aborda a situação dos professores de informática – a expectativa dos profissionais era que o governo revertesse a decisão que, em 2016, extinguiu 1250 vagas nesta área.
“Além de anunciar poucas vagas, o governo sequer menciona áreas importantes como a educação no campo, informática e educação especial, o que escancara o descaso que marca a gestão da educação em nosso estado. A contratação temporária de professores, que deveria ser exceção, se tornou uma conduta permanente. Infelizmente, ao anunciar apenas 600 novas vagas, o governo deixa claro que as demandas reais das nossas escolas não são prioridade”, conclui Luciane.