“Milhares de Antonietas mostrando que o povo também tem poder”. O trecho está no samba-enredo que levou a deputada estadual Luciane Carminatti (PT) à passarela Nego Quirido nesse sábado de carnaval (22/02), em Florianópolis. Ela participou do desfile da Escola de Samba Consulado, que neste ano está homenageando Antonieta de Barros.
“Antonieta merece todas as homenagens. É a primeira negra eleita no Brasil e a primeira deputada negra a se eleger em nosso estado. Seu legado tem grande valor para nossa sociedade. Como educadora, jornalista e política, atuou em todas as dimensões para tornar nosso mundo melhor”, justifica Carminatti.
Ela escolheu a ala “Professora”, que destaca a contribuição de Antonieta para a Educação, área prioritária do seu atual mandato.
Estreita ligação com a homenageada
Em seu terceiro mandato na Alesc, Luciane já contemplou a memória de Antonieta de Barros em vários projetos de lei. É autora da proposta que quer tornar obrigatório o ensino sobre a história das mulheres catarinenses nas escolas; protocolou pedido à mesa diretora da Alesc para que a instituição assuma a manutenção do túmulo da ex-deputada; promoveu audiência pública para cobrar uma destinação ao prédio abandonado da antiga escola Antonieta de Barros; incluiu na cessão de uso do prédio à Udesc que parte do espaço seja destinado a um centro de memória da cultura negra em Santa Catarina.
Não é Não
Além da fantasia, Luciane deve ir para a Nego Quirido com a tatuagem temporária da Campanha Não é Não. Ela aderiu à iniciativa de combate ao assédio ainda no mês de janeiro, quando a mobilização foi alvo de críticas machistas de um deputado do PSL, denunciado pela bancada feminina ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
Carnaval é resistência
Luciane Carminatti também destaca o tema escolhido por outras duas escolas de samba da Capital. A Copa Lord está homenageando o Padre Vilson Groh, presidente do instituto que leva seu nome e atua pela redução das desigualdades nas comunidades de Florianópolis. A Dascuia presta reverência às mulheres negras que fizeram e continuam fazendo a diferença.
“A exemplo do que estamos assistindo nas escolas de samba do eixo Rio-são Paulo, os enredos cada vez mais estão se tornando gritos com forte crítica social. É lindo que a maior festa popular do planeta seja também a celebração da resistência a todas as formas de opressão”, conclui Luciane.
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