As constantes reclamações e denúncias dos participantes do concurso do magistério sobre a banca, a correção das provas e a falta de transparência resultaram em um relatório, que foi aprovado nesta terça-feira, 5, pela Comissão de Educação e Cultura da Alesc. O documento, com mais de 150 páginas, foi elaborado pela presidente da comissão, a deputada Luciane Carminatti (PT).
O relatório será encaminhado à Secretaria de Estado da Educação e à Furb para que façam as devidas correções. Também será enviado para o Ministério Público Estadual para que investigue o possível uso de inteligência artificial na correção das provas.
“Alguns dos aspectos destacados neste relatório, a partir das denúncias recebidas, é a quantidade de questões indeferidas, além da falta de tempo para as respostas aos recursos. Diversas questões também foram estruturadas com base em conhecimentos para além das funções da vaga e dos conteúdos exigidos no edital”, analisa Luciane.
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“Mas o problema mais grave é a decisão de indeferir os recursos e depois mudarem as notas após a divulgação dos classificados, o que é bastante incomum em um concurso público”, alerta a parlamentar.
Confira e faça o download do relatório na íntegra:
Audiências públicas aprovadas
Foram aprovadas na Comissão de Educação e Cultura três requerimentos de audiências públicas: uma sobre o Programa Universidade Gratuita, outra sobre a matriz curricular do ensino médio e outra sobre a normativa da Secretaria de Educação que altera o sistema de avaliação da rede estadual.
Este último tema tem repercutido entre professores devido a mudança na média dos alunos. Até então, considerava-se a média 6 em cada disciplina para a aprovação, individualmente. A partir de agora, será feita uma média global, entre todas as matérias, melhorando as chances de um aluno ser aprovado.
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“Se um estudante, por exemplo, for mal em língua portuguesa ou matemática, mas tiver nota melhor em artes ou educação física, será aprovado. Mas isso não garante, necessariamente, o aprendizado do conteúdo. É isso o que a secretaria deveria fazer, garantir um ensino e uma aprendizagem de qualidade ao invés de mexer somente no modelo de avaliação”, defende Luciane.