A deputada estadual Luciane Carminatti assumiu, nesta terça-feira, 7, a coordenação da Bancada Feminina da Assembleia Legislativa de Santa Catarina. A parlamentar dará continuidade ao trabalho da colega Ana Paula Lima e deverá priorizar ações e debates pelo fortalecimento das políticas públicas voltadas à luta das mulheres: maior participação nos espaços de poder, combate à violência e defesa dos direitos das catarinenses.
A professora Luciane é uma das apenas três deputadas que atuam no parlamento entre os 40 eleitos. Segundo ela, um dos grandes desafios é quebrar o paradigma de que o espaço político só deve ser ocupado por homens. “Gostaríamos de ver o plenário da Alesc com mais mulheres discutindo os principais temas do nosso estado, mas infelizmente o fato é outro. Em todo o país, somente 10% das vagas eletivas são ocupadas por mulheres”, lamenta.
O debate da violência contra a mulher também deve pautar a atuação da Bancada Feminina, principalmente porque o estado figura entre os mais violentos do país nesses crimes. O oeste catarinense, base de atuação da deputada Luciane, foi o que mais registrou feminicídios nos últimos anos. “A violência contra a mulher não deve mais ser tolerada, assim como os autores desses crimes não podem passar impunes ou ter pena branda”, enfatiza.
Mas a grande luta deste ano, na avaliação da parlamentar, será a derrubada da PEC 287, que atinge sem piedade as mulheres. “A atual proposta, entre outras perdas, quer igualar a idade mínima para homens e mulheres, contrariando a realidade de que a população feminina trabalha mais, tem jornada dobrada no emprego e no lar e recebe menos ocupando a mesma função”, destaca. O estudo Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, divulgado nesta semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que as mulheres trabalham, em média, 7,5 horas por semana a mais que os homens.
É contra a reforma da previdência que, neste dia 8 de março, Dia da Mulher, trabalhadoras de todas as regiões do estado se reúnem em diversas cidades. “Queremos enviar um recado a esse governo que tenta, com propagandas pagas, convencer a população de que o sistema previdenciário está quebrado. Ao invés de taxar as grandes fortunas ou cobrar os impostos devidos ou sonegados, quer justamos punir os trabalhadores. Não aceitaremos nenhum retrocesso”, afirma.