A deputada estadual Luciane Carminatti (PT/SC) disse hoje (16), no Plenário da Assembleia Legislativa, que o concurso público realizado pela Secretaria de Estado da Educação (SED) está muito longe de atender a expectativa do magistério catarinense. Segundo ela, este concurso está sendo bastante questionado porque não atende o grande desafio da educação catarinense que é o de ter uma equipe, nas escolas, de profissionais concursados, qualificados, que conheçam o estudante e que possam dar seguimento ao trabalho iniciado no ano seguinte. “Em Santa Catarina acontece uma coisa surreal. Temos mais professores contratados (22.835) do que concursados (19.263)”, criticou.
A deputada constatou com tristeza que o último concurso para o ensino regular foi realizado em Santa Catarina em 2012, com cerca de 5 mil vagas. “De lá para cá, a população aumentou e vamos ofertar menos de 600 vagas num universo de mais de 22 mil contratos temporários.” Luciane destacou que o concurso garante ao professor perspectivas de estabilidade, de segurança e possibilita a sua especialização (mestrado ou doutorado), porque a vaga continua garantida na mesma escola.
Já os professores Admitidos em Caráter Temporário (ACTs), segundo Luciane, são os boias-frias da educação. “Todo o fim de ano, colocam as mochilas nas costas e esperam para ver se haverá vaga no ano seguinte e em qual a escola darão aulas”, relatou.
Conforme a tabela do número de vagas do edital, Chapecó, que é um município com mais de 200 mil habitantes, há duas vagas pra professor de química, duas de matemática, um para história e geografia, nenhuma para biologia, duas para língua portuguesa, duas para física, nenhuma para biologia, duas para sociologia, duas para inglês, duas para espanhol, um para educação física, um artes e cinco para anos iniciais. “Apenas 25 vagas para Chapecó”, exemplificou.
Para a deputada, a única coisa positiva do edital é que “enxergaram” as comunidades indígenas de Santa Catarina, embora sejam poucas vagas previstas. Ela lembrou que a Alesc foi protagonista de um seminário organizado pelo Ministério Público Federal (MPF), em Chapecó, que reivindicou no edital a garantia da criação do cargo de professor do ensino fundamental e médio para os povos Guarani, Kaingang e Xokleng para que pudessem ter uma educação com professores bilíngues que entendam a sua cultura.