Em tempos de avaliação negativa no ensino e cortes na educação, a deputada estadual Luciane Carminatti, vice-presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Assembleia Legislativa, tem percorrido diversas regiões para fiscalizar obras de reforma e denunciar o fechamento de escolas da rede estadual de Santa Catarina.

No mês de novembro, a pedido das comunidades Luciane visitou escolas de São Miguel do Oeste, Fraiburgo e Lages e também participou de audiência pública em Tigrinhos e Joinville. “Em todas essas regiões, encontramos total descaso do governo catarinense, seja pela falta de investimento em reforma, atraso das obras ou a decisão arbitrária de fechar escolas sem consulta a quem mais interessa: estudantes, pais e professores”, salienta.

Recentemente, o Governo do Estado aprovou lei que retira R$ 106 milhões da pasta da educação – especificamente destinados à melhoria da estrutura física das escolas – para restauração de rodovias e da ponte Hercílio Luz, em Florianópolis. “A educação sofre duros golpes em 2016. A PEC 55 congela os investimentos por 20 anos; a MP do Ensino Médio estabelece que a maioria dos estudantes seja formada apenas como mão de obra; e em SC convênios transferem a responsabilidade de formação dos professores ao Instituto Ayrton Senna, Natura e Itaú BBA. Todas essas mudanças trarão sérias consequências, principalmente à qualidade do ensino”, lamenta.

EEB SÃO MIGUEL – SÃO MIGUEL DO OESTE
Em São Miguel do Oeste, no extremo-oeste, a deputada vistoriou o andamento da reforma da Escola de Educação Básica São Miguel, que deveria ter sido entregue em 2014. A comunidade escolar também critica a falta de transparência nos prazos e custos da obra.

A visita rendeu proposição de lei de autoria da deputada, que obriga a consulta à comunidade escolar do projeto de reforma antes do início de qualquer obra. “Entendemos que em São Miguel o custo e os problemas seriam bem menores se o projeto atendesse a demanda da escola. Algumas estruturas, além de desnecessárias, nem sequer foram inauguradas e já precisam de reparos”, afirma Luciane.

EEB OSVALDO FERREIRA DE MELLO – TIGRINHOS
Em Tigrinhos, também no oeste, a deputada foi chamada para debater o fechamento da única escola estadual do município, a EEB Osvaldo Ferreira de Mello. “Em audiência pública, a comunidade de forma unânime votou contrária e não aceitará a decisão do governo de transferir estudantes para Maravilha”, esclarece.

EEB GONÇALVES DIAS E BELA VISTA – FRAIBURGO
Em Fraiburgo, no meio-oeste, Luciane esteve nas escolas Gonçalves Dias e Bela Vista para verificar a situação das duas unidades. Na primeira, a reforma é aguardada há 12 anos. Na segunda, os alunos tiveram que ser transferidos, pois um temporal deixou salas de aula, secretaria e ginásio embaixo d´água. “A estrutura ultrapassada da EEB Bela Vista contribuiu para o alagamento de praticamente todos os ambientes”, complementa a parlamentar.

EEB BELISÁRIO RAMOS – LAGES
A escola que é referência na qualidade do ensino em Lages, na região serrana, também só fica na promessa de reforma. A última melhoria da Belisário Ramos foi feita em 2003, mas de lá para cá os problemas se agravam, com infiltrações, fiação elétrica defeituosa e falta de acessibilidade. “Chegamos na escola justamente no horário em que alunos e professores voluntários pintavam o muro da escola. Os pequenos reparos são feitos pela própria comunidade, pois o Estado não fornece recurso mínimo nem para o corte de grama”, relata Luciane.

ESCOLAS ESTADUAIS EM JOINVILLE
Como vice-presidente da Comissão de Educação, Luciane foi convidada para audiência pública em Joinville, norte do estado, e discutir o fechamento das escolas estaduais. A primeira informação era de que o Estado fecharia 16 unidades no município – algumas no período noturno. “O que nos preocupa é que essa prática do Governo catarinense em fechar escolas sem discutir com a comunidade vem sendo denunciada em muitas regiões. No sul, conseguimos reverter. Em Joinville, a comunidade também está unida e vai lutar para que este direito básico dos estudantes seja garantido”, avalia a deputada.