Transformando vidas, o Programa Antonieta de Barros (PAB) chega aos 20 anos de história sendo o passaporte de mudança de realidade para 600 jovens catarinenses em situação de vulnerabilidade social que estagiaram na Assembleia Legislativa nestas duas décadas.
Para celebrar a importância dessa iniciativa, nesta quinta-feira (11), no hall do Palácio Barriga Verde da Alesc, aconteceu a solenidade de inauguração da Mostra Institucional Programa Antonieta de Barros – duas décadas transformando realidades.
A exposição reúne nove painéis fotográficos que destacam a história e a trajetória de vidas dos jovens estagiários que passaram pelo PAB desde a primeira turma, em 2004, até a última turma de 2024.
A Mostra ficará exposta no hall da Alesc até o dia 18 de julho de 2024 e, além das fotografias, os painéis trazem relatos de estagiários que passaram pelo programa e tiveram suas vidas transformadas.
Vale destacar que a data, 11 de julho, não foi escolhida aleatoriamente para marcar a solenidade de abertura da exposição em homenagem ao PAB. Essa data é emblemática por celebrar os 123 anos da primeira mulher negra catarinense eleita para o Parlamento, a professora e jornalista, Antonieta de Barros.
Legado
Como destacou a deputada Luciane Carminatti (PT), que participou da solenidade de abertura da mostra na manhã desta quinta, Antonieta de Barros abriu caminhos para as mulheres catarinenses e deixou um legado incontestável.
“A importância desse Programa, que leva o nome de Antonieta de Barros, é evidente porque transforma vidas e quebra paradigmas ao oferecer oportunidades para jovens que se sentem invisíveis aos olhos da sociedade”, disse a parlamentar, que deseja vida longa ao PAB em Santa Catarina.
Depoimentos emocionados
A solenidade, que contou com depoimentos de alguns dos jovens estagiários retratados nos painéis, emocionou o público presente. A história de superação de Suiane Cavalheiro Cunha, por exemplo, foi uma das muitas que levou as pessoas às lágrimas.
A jovem, que hoje tem 25 anos, contou que foi mãe com 15 anos e achou que sua vida estaria sem sentido. “Aos 16 anos ingressei no PAB e o meu mundo mudou. Continuei estudando e trabalhando. Fui provedora de minha família e hoje me sinto vitoriosa, tudo graças ao PAB”, narrou a jovem.
Formada em Pedagogia, atualmente cursa Administração e Ciências Contábeis, além de ter em seu currículo duas pós-graduações. Suiane trabalha na Alesc. “Espero que a minha história inspire outras mães adolescentes. Temos que acreditar em nosso potencial e ter oportunidades”, avalia.
Um divisor de águas. Foi assim que Rudival Ademar Bittencourt, que fez parte da primeira turma de estagiários do PAB, em 2004, definiu a importância do projeto em sua vida. “Se hoje tenho graduação, foi o PAB que me oportunizou”, disse. Formado em Administração, o jovem trabalha na Alesc e confessa que essa oportunidade transformou a sua vida. “Esse projeto tem que estar cada vez mais presente na vida dos jovens carentes”, avaliou.
De Tubarão, Miriam Lopes Pereira, coordenadora de Estágios Especiais da Alesc, enviou um vídeo que foi transmitido durante a solenidade e deixou o seu recado: “Esses 20 anos do PAB marcam uma história de transformação de vida para cerca de 600 jovens em Santa Catarina”, disse.
Miriam foi representada na solenidade pelo servidor Remy De Fávero, que contou que o PAB está sendo apresentado em diversos municípios catarinenses e já vai ser implementado em São Miguel do Oeste, Criciúma, São Bento do Sul e Mafra.
A expoisção teve o apoio da Afalesc.
Duas décadas
O PAB foi instituído pela Lei 13.075 de 2004 com o propósito de oferecer vagas de estágio dentro da Assembleia Legislativa de Santa Catarina para jovens em situação de vulnerabilidade social.
Para fazer parte do PAB, é necessário ter entre 16 e 24 anos, estar regularmente matriculado no Ensino Médio Técnico e Superior e ter renda familiar inferior a 2,5 salários mínimos regionais. O PAB venceu, no ano de 2022, a 3ª edição do Prêmio Unale Assembleia Cidadã, na categoria Projetos Especiais. Já em 2013, o Programa foi contemplado com o “Prêmio Camélia da Liberdade Ação Afirmativa – Atitude Positiva”, na categoria Poder Público.
O PAB foi resultado de uma ação dos movimentos sociais e idealizado pelo Fórum de Mulheres Negras de Florianópolis. Seu nome é uma homenagem à professora, jornalista e primeira mulher negra eleita deputada no Brasil, a catarinense Antonieta de Barros.
Estagiários participantes da exposição:
Rudival Ademar Bittencourt – fez parte da primeira turma do PAB em 2004, formou-se em Administração e hoje trabalha na Alesc.
João Victor Almeida Silva – integrou a última turma do PAB (2022-2024). Entrou no Ensino Médio e hoje é graduando do curso de Administração.
Suiane Cavalheiro Cunha – ingressou no PAB em 2016, aos 16 anos. Formou-se em Pedagogia e atualmente cursa Administração e Ciências Contábeis, além de duas pós-graduações.
Catarina Correia – ingressou no PAB em 2019, foi contratada pela Alesc e está se graduando em Gestão Pública.
Maycon Souza – estagiou no PAB de 2014 a 2016. Atualmente é Empreendedor Social, formado em Gestão Pública, Técnico de Segurança do Trabalho e Administração.
Jádyla Beatriz Coelho – integrou a última turma do PAB (2022-2024) e atualmente é graduanda do curso de Cinema na UFSC.
Caio Santos Lobato Ferreira – fez parte da última turma do PAB (2022-2024). Entrou no Ensino Médio e atualmente faz a graduação de História.
Luan Edilson Cardoso – foi estagiário da Escola do Legislativo na última turma do PAB (2022-2024) e está terminando o Ensino Médio.
Cauã Silva – fez parte da última turma do PAB (2022-2024) e foi estagiário da Gráfica. Mora no Morro da Mariquinha e está terminando o Ensino Médio.
Valquíria Guimarães
AGÊNCIA AL