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“Não tem marajá de jaleco e guarda-pó no Brasil”

 

O agendamento em nível nacional do suposto “tamanho e peso da máquina pública” requer alguns esclarecimentos e uma certeza: a questão não é o Estado ser maior ou menor; o Brasil precisa de um Estado melhor. Para isso, não podemos nos furtar da compreensão de que os servidores e as servidoras integram a prestação de serviços públicos que almejamos serem mais eficazes e abrangentes. 

Um debate que atende ao interesse público não pode deixar de fora os altos salários militares, no judiciário e do legislativo federal. Em vez disso, colocar funcionários públicos estaduais que ganham pouco no pacote das altas despesas chega a ser ofensivo. 

Vamos aos dados: apenas 12% da população ocupada no país trabalhava no setor público em 2018, taxa inferior aos 18% das nações da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e de países como EUA (15,2%) e Reino Unido (16,4%). Ou seja, a máquina pública brasileira é menor do que a média dos países desenvolvidos. 

Além disso, não há no Brasil a disparidade sugerida entre os setores público e privado: os servidores recebem em média 8% a mais do que os funcionários da iniciativa privada, em geral, porque os concursos públicos requerem alto grau de qualificação e porque são mais baixos os salários pagos pela iniciativa privada. Mesmo assim, a média brasileira é bem menor do que os  21% da média internacional.

Quem realmente usa os serviços públicos sabe: não tem marajá de jaleco branco atendendo uma fila de pacientes do posto de saúde; não tem marajá de guarda-pó nas salas de aula das nossas escolas públicas precárias; não tem marajá de farda arriscando a própria vida em rondas nos bairros das nossas periferias. E estes servidores públicos são a verdadeira maioria. 

Dados do RAIS e IPEA, usados pela Revista Piauí em março, apontou que metade dos servidores públicos no Brasil ganha menos de R$ 2,7 mil por mês. E 60% são mulheres! Muitas, professoras e enfermeiras. 

Em Santa Catarina,  não chegam a 4,5% do total os servidores aposentados que recebem entre R$ 20 e 30 mil reais, gerando uma despesa de mais de meio bilhão de reais por ano (R$ 609,6 milhões). Ou seja, historicamente, mais de 95% são trabalhadores que ralaram muito durante a vida para receber um salário que não enriquece, apenas garante o sustento. Os dados são do Iprev. 

Esses são os argumentos que têm de ser postos à mesa para a construção de um denominador comum realmente efetivo para o nosso país

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“Não tem marajá de jaleco e guarda-pó no Brasil”

 

O agendamento em nível nacional do suposto “tamanho e peso da máquina pública” requer alguns esclarecimentos e uma certeza: a questão não é o Estado ser maior ou menor; o Brasil precisa de um Estado melhor. Para isso, não podemos nos furtar da compreensão de que os servidores e as servidoras integram a prestação de serviços públicos que almejamos serem mais eficazes e abrangentes. 

Um debate que atende ao interesse público não pode deixar de fora os altos salários militares, no judiciário e do legislativo federal. Em vez disso, colocar funcionários públicos estaduais que ganham pouco no pacote das altas despesas chega a ser ofensivo. 

Vamos aos dados: apenas 12% da população ocupada no país trabalhava no setor público em 2018, taxa inferior aos 18% das nações da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e de países como EUA (15,2%) e Reino Unido (16,4%). Ou seja, a máquina pública brasileira é menor do que a média dos países desenvolvidos. 

Além disso, não há no Brasil a disparidade sugerida entre os setores público e privado: os servidores recebem em média 8% a mais do que os funcionários da iniciativa privada, em geral, porque os concursos públicos requerem alto grau de qualificação e porque são mais baixos os salários pagos pela iniciativa privada. Mesmo assim, a média brasileira é bem menor do que os  21% da média internacional.

Quem realmente usa os serviços públicos sabe: não tem marajá de jaleco branco atendendo uma fila de pacientes do posto de saúde; não tem marajá de guarda-pó nas salas de aula das nossas escolas públicas precárias; não tem marajá de farda arriscando a própria vida em rondas nos bairros das nossas periferias. E estes servidores públicos são a verdadeira maioria. 

Dados do RAIS e IPEA, usados pela Revista Piauí em março, apontou que metade dos servidores públicos no Brasil ganha menos de R$ 2,7 mil por mês. E 60% são mulheres! Muitas, professoras e enfermeiras. 

Em Santa Catarina,  não chegam a 4,5% do total os servidores aposentados que recebem entre R$ 20 e 30 mil reais, gerando uma despesa de mais de meio bilhão de reais por ano (R$ 609,6 milhões). Ou seja, historicamente, mais de 95% são trabalhadores que ralaram muito durante a vida para receber um salário que não enriquece, apenas garante o sustento. Os dados são do Iprev. 

Esses são os argumentos que têm de ser postos à mesa para a construção de um denominador comum realmente efetivo para o nosso país

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