Como deputada estadual e integrante do movimento Pró-UFFS, venho a público lamentar a escolha do decreto presidencial desta sexta-feira para o cargo de reitor da Universidade Federal Da Fronteira Sul, que desrespeita o princípio da escolha democrática produzida pela comunidade universitária.
A medida rompe a marca dos governos anteriores, de validar o primeiro colocado nas consultas à comunidade universitária e na posterior lista tríplice do conselho universitário. Também fere diretamente o processo democrático que sempre pautou a trajetória da UFFS e resultou na construção coletiva de uma universidade multicampi, com capacidade de abranger três unidades da federação.
Estando entre uma das inúmeras lideranças envolvidas na construção desta instituição e na implantação do curso de graduação em Medicina, destaco ainda que o respeito aos princípios da democracia levou a universidade ao alcance de um dos maiores percentuais de alunos oriundos de escolas públicas do País.
Assim sendo, entendo que um candidato que obteve o menor índice de votos na consulta universitária, cerca de 21% apenas, não tem legitimidade para comandar esta instituição. Lamento que a democracia não seja um valor praticado por todos, especialmente nos cargos mais altos deste País, e manifesto a minha posição de que tal decreto deva ser revisto, nomeando a chapa mais votada e fazendo valer a escolha da comunidade universitária, acadêmica e regional.
Luciane Carminatti
Deputada estadual (PT)
O caso
Nesta sexta-feira (30), a Presidência da República nomeou, por meio de decreto publicado no Diário Oficial da União, o novo reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) para exercer o cargo a partir do próximo dia 31 de agosto. O escolhido foi o professor Marcelo Recktenvald, que estava em terceiro lugar da lista tríplice protocolada no Ministério da Educação (MEC) no último dia 27 de junho.
Sobre a UFFS
A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) é uma instituição de ensino superior pública, popular e de qualidade. Criada pela Lei Nº 12.029, de 15 de setembro de 2009, a UFFS abrange mais de 400 municípios da Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul – Sudoeste do Paraná, Oeste de Santa Catarina e Noroeste do Rio Grande do Sul.
A UFFS oferece mais de 40 cursos graduação, 4 cursos de especialização, 11 mestrados e 2 doutorados interinstitucionais, todos com corpo docente composto por mestres e doutores.
Possui cinco campi: sede em Chapecó (SC), campi em Realeza e Laranjeiras do Sul (PR), Cerro Largo, Erechim e Passo Fundo (RS). Este último oferece o primeiro curso de Medicina do Brasil instituído através do programa de expansão das escolas médicas do Governo Federal.