Bom dia a todos os catarinenses que neste momento acompanham o nosso trabalho, aqui na Assembleia Legislativa ou pelos canais de comunicação desta casa, às nobres colegas deputadas e deputados.
Eu confesso a vocês que nunca tive tanto medo de abrir os jornais. O dia já começa com uma aflição logo cedo, na hora de me informar sobre o que está acontecendo no nosso País e no mundo, já vem logo aquela preocupação: quanto será que Bolsonaro tirou hoje do futuro dos meus filhos? Qual o tamanho da destruição que novas medidas suas estão causando ao meio ambiente deste país, que é a casa de todos nós, mas principalmente dos meus e dos seus filhos, filhas, netos e netas, que serão os principais atingidos.
O planeta já soou o alarme! E nós, aqui dentro das fronteiras brasileiras, não estamos fazendo nada para frear um presidente que se autointitulou “Bolsonaro Motosserra”. Se nos dissessem, anos atrás, que o país dono da maior reserva tropical do planeta elegeria um presidente com apelido de motosserra, tenho certeza de que não acreditaríamos. Mas, infelizmente, este pior, aconteceu.
Nas últimas semanas, fomos surpreendidos pelo alerta estampado em duas das revistas mais respeitadas do mundo. Vejam a capa.
O britânico THE ECONOMIST, estampou: “Velório da Amazônia: o Brasil tem o poder de salvar a maior floresta da Terra ou de destruí-la”.
E a revista Nature, maior referência em ciência e meio ambiente no mundo, publicou: “O ‘Trump Tropical’ espalha uma crise sem precedentes para a ciência brasileira: as tensões aumentam à medida que a administração Jair Bolsonaro questiona o trabalho de cientistas do Estado e determina cortes debilitantes nos fundos de pesquisa”.
Essas notícias, que Bolsonaro não pode negar, como faz de costume ao atacar veículos nacionais sérios chamando notícias reais de fake news, contextualizam que depois da eleição de Bolsonaro a nossa Amazônia passou a enfrentar outra ameaça. E chegam a dizer que se trata possivelmente do chefe de Estado mais perigoso do mundo para o meio ambiente!
São pelo menos três medidas inadmissíveis do ponto de vista dos retrocessos que causam: promover a exploração econômica das reservas indígenas, querer diminuir o tamanho das áreas protegidas em regiões como a Amazônia, e a terceira, que é uma afronta direta a todos nós legisladores: rasgar as leis ambientais, construídas ao longo da última década com muito trabalho e debate sério.
E aqui eu trago mais um alerta, pra quem acha que rasgar as leis ambientais vai destravar a economia do nosso País. Primeiro, lembro que a última década ensinou aos brasileiros quais medidas de governo realmente são eficazes para destravar a economia e promover a melhoria de vida do seu povo – e não têm nada a ver com destruir o meio ambiente. Segundo, chamo a atenção para a existência do chamado SELO VERDE, certificação, cobrada mundialmente, de que aquele produto exportado, como carne e grãos, não saiu de uma floresta virgem desmatada. Um estudo feito por três universidades brasileiras calcula um prejuízo de até CINCO TRILHÕES, repito, CINCO TRILHÕES de reais em consequência da política ambiental deste governo, porque essa combinação que vemos todos os dias estampada nos jornais, de desmonte de organismos de regulação e desmatamento recorde, sabemos bem, vai afastar compradores estrangeiros, como já começou a afastar.
Ou seja, prejuízos em todos os sentidos. Pra terminar, eu encerro com uma imagem chocante. E verdadeira, já digo antes. Registrada por método científico! Ciência! É o retrato científico do desmatamento atual na nossa Amazônia. E com esta imagem eu deixo minha solidariedade ao cientista Ricardo Galvão, servidor público federal, que aos 71 anos de idade e longas décadas de dedicação ao serviço público, foi atacado pelo próprio presidente da república e se viu obrigado a deixar a presidência do Inpe, o instituto nacional de pesquisas espaciais.