Nesta quinta (04/06), órgãos e entidades ligados à Educação reuniram-se para tratar do retorno às aulas em Santa Catarina e as implicações trazidas pelo modelo de ensino remoto durante a pandemia. O principal objetivo foi debater alternativas para questões como a sobrecarga dos professores e a exclusão de parte dos estudantes, e pactuar a elaboração de um modelo coletivo e unificado para retomada das aulas presenciais que, para o grupo, só deverá ocorrer no momento indicado pelas autoridades sanitárias com base em dados científicos.
“Todos estes protocolos devem considerar as diferenças na Educação, dos diversos sistemas, níveis e modalidades de ensino. Por isso, a retomada das aulas presenciais deve levar em consideração o como voltar, quem e quando devem ser retomadas as atividades nas escolas”, ponderou a deputada Luciane Carminatti (PT), ao sinalizar uma proposta de transição híbrida, ou seja, nos modelos remoto e presencial ao mesmo tempo, no momento oportuno.
A presidente da Comissão de Educação da Alesc ainda destacou que “mais importante do que o cumprimento das 800 horas letivas previstas em lei, é priorizar o aprendizado e a saúde física e mental de professores e estudantes”. O encontro virtual contou com o secretário de Estado da Educação, Natalino Uggioni e representantes do Ministério Público, Tribunal de Contas, Ministério Público de Contas, Undime (União de Dirigentes Municipais em Educação), Fecam (Federação Catarinense de Municípios), Uncme (União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação ), Conselho Estadual de Educação e Universidade Estadual de Santa Catarina.
Retorno terá diretrizes gerais sem afetar as realidades de cada sistema de ensino
O grupo deve elaborar um protocolo único para retomada das aulas, que contemple a mesma data e estratégias similares tanto de acolhimento dos estudantes e professores quanto de avaliação diagnóstica de aprendizagem durante a pandemia.
Este protocolo construído em regime de colaboração deve prever ainda um mesmo plano de ação e regras gerais para cômputo da carga horária, respeitando, porém, a autonomia e os sistemas próprios de cada rede.
A supervisão das escolas particulares e a elaboração de um instrumento único para busca ativa e monitoramento dos alunos que não estão participando das atividades remotas também foram temas da reunião.
As sugestões de cada órgão e entidade representados na reunião devem ser trazidas em novo encontro agendado para 15 de julho.
“Pressão absurda”
A presidente da Comissão de Educação da Alesc também chamou a atenção para o que considera “pressão absurda sobre os professores”, levando ao limite a saúde mental destes profissionais. “Não há um método estabelecido para as exigências burocráticas da atividade e os professores ficam 24 horas por dia respondendo mensagens de alunos e pais pelo celular”, pontuou Luciane, que também defendeu o princípio da gestão democrática, já previsto no Plano Nacional de Educação, que deve incluir as direções e, em especial, professoras e professores nos processos de aulas remotas e retorno das atividades nas escolas.