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Artigo: VOLTAR ÀS AULAS AINDA NÃO É SEGURO

Na condição de Presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Assembleia Legislativa de Santa Catarina manifesto minha preocupação com o retorno às aulas presenciais.

Dadas as condições epidemiológicas e acompanhando o crescimento significativo da Covid-19 nas seis mesorregiões, não é possível garantir a volta às aulas de forma segura. Nesta terça (30), SC alcançou o maior número de mortes em um dia desde o início da pandemia, 17 ao todo, além de 1,2 mil novos casos em apenas 24 horas.

De acordo com o último balanço divulgado pelo Núcleo de Estudos da Economia Catarinense da UFSC (Necat), se a situação que vivemos hoje no estado se mantiver, afirmo que não existe condição de volta às aulas no mês de agosto: o contágio acelerou nos últimos 30 dias e continua se espalhando pelas cidades do interior. Algumas, inclusive, registram surto epidêmico.

Desde maio temos registrado aumento considerável de mortes, uma vez que o número total praticamente dobrou em três semanas e tem sido em média 30% maior de uma semana para outra. A doença em um único mês avançou para mais 36 municípios, a maior parte com até 5 mil habitantes, e chegou a 262 cidades. E este diagnóstico ainda é subnotificado, porque a maioria delas não está fazendo a testagem da sua população. Ou seja, estão com o vírus e no escuro. 

Em meio a isso tudo, na contramão da realidade epidemiológica, o governador autorizou o retorno das aulas presenciais ao ensino superior e ao ensino técnico a partir de 6 de julho! Dias depois, ele próprio testou positivo para a Covid-19.

E, para a Educação Básica, vale ressaltar: o ensino híbrido, ou seja, revezando as formas presencial e remota para dar conta de atender todas as turmas em grupos menores nas escolas, vai gerar ainda mais sobrecarga aos professores sem bloquear as chances de contaminação e sem que os resultados para a aprendizagem sejam satisfatórios. Se o critério para o rodízio for pedagógico, ou seja, penalizando os alunos com déficit de aprendizagem à exposição por primeiro, aí, então, nem pensar.  

O comitê formado por várias entidades e órgãos, que está discutindo protocolos para o retorno, deve seguir tendo como prioridade a saúde dos estudantes, professores e familiares, uma vez que a medida atingirá pelo menos ¼ de toda nossa população de forma direta. Não pode haver dúvidas em nenhum segmento da sociedade sobre a responsabilidade destas definições para a saúde pública de Santa Catarina.

Florianópolis, 01/07/2020
Prof. Luciane Carminatti
Deputada Estadual (PT)
Presidenta da Comissão de Educação da Alesc

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Artigo: VOLTAR ÀS AULAS AINDA NÃO É SEGURO

Na condição de Presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Assembleia Legislativa de Santa Catarina manifesto minha preocupação com o retorno às aulas presenciais.

Dadas as condições epidemiológicas e acompanhando o crescimento significativo da Covid-19 nas seis mesorregiões, não é possível garantir a volta às aulas de forma segura. Nesta terça (30), SC alcançou o maior número de mortes em um dia desde o início da pandemia, 17 ao todo, além de 1,2 mil novos casos em apenas 24 horas.

De acordo com o último balanço divulgado pelo Núcleo de Estudos da Economia Catarinense da UFSC (Necat), se a situação que vivemos hoje no estado se mantiver, afirmo que não existe condição de volta às aulas no mês de agosto: o contágio acelerou nos últimos 30 dias e continua se espalhando pelas cidades do interior. Algumas, inclusive, registram surto epidêmico.

Desde maio temos registrado aumento considerável de mortes, uma vez que o número total praticamente dobrou em três semanas e tem sido em média 30% maior de uma semana para outra. A doença em um único mês avançou para mais 36 municípios, a maior parte com até 5 mil habitantes, e chegou a 262 cidades. E este diagnóstico ainda é subnotificado, porque a maioria delas não está fazendo a testagem da sua população. Ou seja, estão com o vírus e no escuro. 

Em meio a isso tudo, na contramão da realidade epidemiológica, o governador autorizou o retorno das aulas presenciais ao ensino superior e ao ensino técnico a partir de 6 de julho! Dias depois, ele próprio testou positivo para a Covid-19.

E, para a Educação Básica, vale ressaltar: o ensino híbrido, ou seja, revezando as formas presencial e remota para dar conta de atender todas as turmas em grupos menores nas escolas, vai gerar ainda mais sobrecarga aos professores sem bloquear as chances de contaminação e sem que os resultados para a aprendizagem sejam satisfatórios. Se o critério para o rodízio for pedagógico, ou seja, penalizando os alunos com déficit de aprendizagem à exposição por primeiro, aí, então, nem pensar.  

O comitê formado por várias entidades e órgãos, que está discutindo protocolos para o retorno, deve seguir tendo como prioridade a saúde dos estudantes, professores e familiares, uma vez que a medida atingirá pelo menos ¼ de toda nossa população de forma direta. Não pode haver dúvidas em nenhum segmento da sociedade sobre a responsabilidade destas definições para a saúde pública de Santa Catarina.

Florianópolis, 01/07/2020
Prof. Luciane Carminatti
Deputada Estadual (PT)
Presidenta da Comissão de Educação da Alesc
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