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ENTREVISTA ESPECIAL DIA DA MULHER

1 – Historicamente as mulheres enfrentam discriminação no meio empresarial e um dos problemas mais polêmicos é ter salário menor em funções compatíveis. Como a deputada avalia esta situação?

Deputada Luciane: De fato, pesquisas mostram que a diferença salarial entre a mulher e o homem que o ocupam a mesma função é de 30%. Na mesma linha, apenas 5% das presidências das maiores empresas do mundo são ocupadas por mulheres, por mais que o desempenho das companhias gerenciadas por mulheres seja superior às demais. Onde está o problema? Tradicionalmente é designada à mulher a tarefa exclusiva de cuidar da casa e dos filhos. Ou seja, quando a mulher decide seguir uma profissão, ela enfrenta jornada dupla – tem o emprego e ainda as tarefas de casa. Portanto, o primeiro passo é vencer o machismo. Lugar de mulher é sim na política, nas empresas, assumindo negócios, coordenando equipes – mesmo que boa parte dos homens sinta-se desconfortável em ter chefia mulher.

Dia-da-Mulher-04

 

2 – Pesquisam também mostram que as mulheres estudam mais e ganham menos. Como mudar essa realidade?
Deputada Luciane: É comprovado que a mulher recebe menos apesar de estudar mais. Há pesquisas que justificam o fato de ela interromper a carreira com mais frequência e dedicar carga horária menor ao emprego. E se os homens assumissem junto com as mulheres as tarefas domésticas e elas tivessem mais tempo para dedicar à carreira? Acredito que ainda assim a discriminação continuaria sendo fator relevante para patrões pagarem menos às mulheres. O preconceito salarial se vence com denúncia das mulheres e, portanto, seu encorajamento. É claro, além de leis mais duras para punir empresas que discriminam pelo fato de ser mulher.

 

3 – E na política, quais são os desafios para a mulher?
Deputada Luciane: Não há dúvidas de que o campo político é bem mais difícil para a mulher. Além de conviver com o dilema de deixar a família, ela enfrenta a falta de incentivo e de estrutura para ser candidata e muitas vezes é usada como “laranja” para completar a meta exigida dos Partidos – 30% das vagas. Quando eleita, o preconceito é muito forte. Dificilmente uma vereadora, prefeita ou deputada atuará sem ser discriminada ou receber comentários ofensivos. Mas esses motivos não podem nos desanimar. Pelo contrário, devem fortalecer a nossa luta para que cada vez mais mulheres tenham força e voz na política, que assumam papeis de lideranças nos espaços de decisão. Atualmente, ocupamos apenas 10% das vagas nos parlamentos; na Assembleia Legislativa dos 40 eleitos somos três deputadas – duas do Partido dos Trabalhadores. Mas acredito que precisamos avançar nesse debate, pois as mulheres não descobriram ainda a força do voto. Se a população feminina representa 51% dos eleitores e há convicção de que a mulher faz diferença na política, poderíamos ter muitas vereadoras, prefeitas, deputadas e governadoras ocupando espaço nos poderes legislativos e executivos, criando leis para melhorar a educação, a saúde, a segurança, e trazer mais oportunidades a todas as pessoas.

 

4 – Quais são algumas de suas proposições na Assembleia que beneficia diretamente às mulheres catarinenses?
Deputada Luciane: Por meio de conferências, seminários e debates, trabalhamos vários temas que envolvem o dia a dia da mulher – saúde, profissionalização, qualidade de vida – e buscamos fortalecer e incentivar a participação nos espaços de decisão. Em 2015, foram mais de 50 encontros em diversas regiões do Estado. Também cobramos do Governo do Estado mais investimentos nas políticas públicas e em programas que beneficiem as mulheres. Dos projetos de lei, destaco o que obriga as delegacias especializadas a apresentarem dados mais completos referentes aos casos de violência registrados no Estado. Queremos construir um raio-x da violência em SC na tentativa de agilizar a resposta do poder público – são cinco cidades catarinenses entre as mais violentas do País.

 

5 – Uma mensagem pela passagem do Dia Internacional da Mulher a todas as catarinenses
Deputada Luciane: Março é sempre um mês especial, pois é o mês em que mais nos encontramos com as mulheres catarinenses, para falar das conquistas, refletir sobre os desafios e também para confraternizar. Portanto, deixo aqui meu sincero abraço a todas as mulheres e reafirmo o compromisso com cada uma de vocês de continuar trabalhando por um mundo mais justo e humano para nós e nossos filhos.

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ENTREVISTA ESPECIAL DIA DA MULHER

1 – Historicamente as mulheres enfrentam discriminação no meio empresarial e um dos problemas mais polêmicos é ter salário menor em funções compatíveis. Como a deputada avalia esta situação?

Deputada Luciane: De fato, pesquisas mostram que a diferença salarial entre a mulher e o homem que o ocupam a mesma função é de 30%. Na mesma linha, apenas 5% das presidências das maiores empresas do mundo são ocupadas por mulheres, por mais que o desempenho das companhias gerenciadas por mulheres seja superior às demais. Onde está o problema? Tradicionalmente é designada à mulher a tarefa exclusiva de cuidar da casa e dos filhos. Ou seja, quando a mulher decide seguir uma profissão, ela enfrenta jornada dupla – tem o emprego e ainda as tarefas de casa. Portanto, o primeiro passo é vencer o machismo. Lugar de mulher é sim na política, nas empresas, assumindo negócios, coordenando equipes – mesmo que boa parte dos homens sinta-se desconfortável em ter chefia mulher.

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2 – Pesquisam também mostram que as mulheres estudam mais e ganham menos. Como mudar essa realidade?
Deputada Luciane: É comprovado que a mulher recebe menos apesar de estudar mais. Há pesquisas que justificam o fato de ela interromper a carreira com mais frequência e dedicar carga horária menor ao emprego. E se os homens assumissem junto com as mulheres as tarefas domésticas e elas tivessem mais tempo para dedicar à carreira? Acredito que ainda assim a discriminação continuaria sendo fator relevante para patrões pagarem menos às mulheres. O preconceito salarial se vence com denúncia das mulheres e, portanto, seu encorajamento. É claro, além de leis mais duras para punir empresas que discriminam pelo fato de ser mulher.

 

3 – E na política, quais são os desafios para a mulher?
Deputada Luciane: Não há dúvidas de que o campo político é bem mais difícil para a mulher. Além de conviver com o dilema de deixar a família, ela enfrenta a falta de incentivo e de estrutura para ser candidata e muitas vezes é usada como “laranja” para completar a meta exigida dos Partidos – 30% das vagas. Quando eleita, o preconceito é muito forte. Dificilmente uma vereadora, prefeita ou deputada atuará sem ser discriminada ou receber comentários ofensivos. Mas esses motivos não podem nos desanimar. Pelo contrário, devem fortalecer a nossa luta para que cada vez mais mulheres tenham força e voz na política, que assumam papeis de lideranças nos espaços de decisão. Atualmente, ocupamos apenas 10% das vagas nos parlamentos; na Assembleia Legislativa dos 40 eleitos somos três deputadas – duas do Partido dos Trabalhadores. Mas acredito que precisamos avançar nesse debate, pois as mulheres não descobriram ainda a força do voto. Se a população feminina representa 51% dos eleitores e há convicção de que a mulher faz diferença na política, poderíamos ter muitas vereadoras, prefeitas, deputadas e governadoras ocupando espaço nos poderes legislativos e executivos, criando leis para melhorar a educação, a saúde, a segurança, e trazer mais oportunidades a todas as pessoas.

 

4 – Quais são algumas de suas proposições na Assembleia que beneficia diretamente às mulheres catarinenses?
Deputada Luciane: Por meio de conferências, seminários e debates, trabalhamos vários temas que envolvem o dia a dia da mulher – saúde, profissionalização, qualidade de vida – e buscamos fortalecer e incentivar a participação nos espaços de decisão. Em 2015, foram mais de 50 encontros em diversas regiões do Estado. Também cobramos do Governo do Estado mais investimentos nas políticas públicas e em programas que beneficiem as mulheres. Dos projetos de lei, destaco o que obriga as delegacias especializadas a apresentarem dados mais completos referentes aos casos de violência registrados no Estado. Queremos construir um raio-x da violência em SC na tentativa de agilizar a resposta do poder público – são cinco cidades catarinenses entre as mais violentas do País.

 

5 – Uma mensagem pela passagem do Dia Internacional da Mulher a todas as catarinenses
Deputada Luciane: Março é sempre um mês especial, pois é o mês em que mais nos encontramos com as mulheres catarinenses, para falar das conquistas, refletir sobre os desafios e também para confraternizar. Portanto, deixo aqui meu sincero abraço a todas as mulheres e reafirmo o compromisso com cada uma de vocês de continuar trabalhando por um mundo mais justo e humano para nós e nossos filhos.

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